quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

esclarecimento

O texto publicado anteriormente é de autoria do meu digníssimo.
Como a comunicação 2.0. é democrática e nisso está incluso este blog, postei o texto na íntegra, sem edições, sem reclamar.
A réplica virá?

constatação

Não se faz mais mulheres como antigamente.
Essa é a conclusão de uma conversa de almoço entre 5 homens.
E não é que estes sonham com Amélias, donas de casa perfeitas.
As mulheres modernas tão mais rebeldes que as queimadoras de sutiã de outros tempos. Durante muito tempo elas lutaram por direitos iguais e hoje estão meio assim, se sentindo superiores. Não querem saber de afazeres domésticos, na verdade fogem disso. Louça na pia, agora é tarefa de homem (não que antes fosse de mulher), roupa na máquina trabalho pra macho e assim vai. Ai de você se pedir pra passar uma camisa, é briga na certa. "Tá achando que sou sua empregada" é a resposta default.
Não, não acho que você é minha empregada. Só preciso de ajuda pra realizar uma tarefa que não tenho aptidão.
Elas se sentem humilhadas com um simples pedido e alguns de nós estão encontrando dificuldades até em dividir as tarefas domésticas, acreditem, ou não.
As mulheres mudaram, talvez evoluiram demais, não sei, mas a verdade é que o equilíbrio estava em nossas mães(outro consenso). Trabalhava, cuidavam da casa, do marido e ainda nos criaram.
Ah! Esposas, mulheres, namoradas, casos e etc. Não, isso não é uma reclamação, é uma constatação.

Por: RCM, o Marido

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

"terezita"

Aí que numa coincidência bizarra, depois de publicar o post de ontem e comentar aqui no meu trabalho que achava que Dona Terezinha não devia andar bem porque há dias eu não sentia cheiro de comida gostosa lá em casa. Descubro, às 23h40 da noite de ontem, que Dona Terezinha, ou "Terezita" para os moradores do prédio, faleceu.

Mais bizarro que isso , na quinta-feira da semana passada - ter visto uns enfermeiros da Sancil (empresa de homecare) entrarem no prédio. Como o condomínio tem moradores numa média de idade de 150 anos cogitei que podia ser para o apartamento da minha vizinha, mas desencanei do assunto porque na verdade, do 1º ao 15º andar podia existir um velhinho precisando de serviços de enfermagem.

Enfim, embora ela achasse meu marido "liiiindo", "uma beleza de rapaaaaz" e eu tenha feito um post especialmente dedicado a isso tirando um sarro e embora também eu nunca tenha ido tomar café na casa dela, como insistia desde o primeiro dia que me viu, fiquei chateada pela morte dela. Dessas pessoas que viram personagens na vida da gente, né?

Bom, fiquei triste. Sentida mesmo.
Que Deus a tenha em bom lugar. Que Nossa Senhora a receba bem lá no céu, ou onde quer que ela esteja.

Vou colocar um poema do Álvaro de Campos, heterônimo do Fernando Pessoa, meu prediletinho em homenagem à D. Terezinha. Embora o texto chame-se "Aniversário" tem mais a ver com velhice e a morte.

Amém.

Aniversário

No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhaslágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...

Álvaro de Campos, 15/10/1929

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

a paixão da dona terezinha

"Ai que menino lindo! Não acha Terezinha? Olha só que rapaz bonito", diz dona Ivani, a moradora do 71. "Nossa, mas como é bonito esse rapaz! Que beleza! Coisa linda! Meu filho, como você é bonito", complementa dona Terezinha, nossa vizinha de porta, do apartamento 81.

Com pelo menos 250 anos de existência, Dona Terezinha xaveca meu próprio marido, enquanto eu, descabelada, tento me equilibrar no banquinho da cozinha para guardar as compras do supermercado*.

"Cadê sua esposa?", pergunta a vizinha. "Tá lá em casa já, dona Terezinha", responde o Marido. "Ah, mas que casal boniiiito. Fala pra ela vir aqui tomar um cafézinho comigo". "Pode deixar, Dona Terezinha, eu falo sim. Ela já deve estar descansando essa hora, mas eu digo para ela vir aqui!". "Ah sim, meu filho. Claro. Venha quando quiser. Tão bonito esse menino, né Ivani??". "O quêêê???"

Deixa pra lá. Fim de papo. Só pra dizer que as velhinhas matusaléns do prédio não perdem por esperar! Que coisa é essa de xavecar marido alheio???

HA HA HA





* a história trágica do supermercado virá!

o seu e o meu agora virou nosso

Aí que casar é o máximo de legal, mas não é fácil.

Dividir o seu espaço - que é recentemente seu, no meu caso - com uma outra pessoa nunca é tarefa simples. Em contrapartida é necessário pensar que quando se casa deixa de existir - ao menos fisicamente * - o "seu" espaço e passa a acontecer o NOSSO espaço. É claro que ter alguma privicidade, ainda que casado, é importante, mas há casais que não têm essa oportunidade.

Por exemplo, gente que mora em casas/apartamentos muito pequenas. Um sufoco. Imagina só: Ela, de tpm, quer ver novela. Ele, cansado, futebol. Ela, de dieta, quer comer só alface. Ele, nem aí pro peso, resolve comer a pizza do dia anterior requentada na frigideira. Ela quer só dormir. Ele quer sexo. Ele que cerveja e amendoim. Ela quer coca-cola. Eles querem deitar no sofá, mas ela já está lá aboletada lendo.

Um gosta do quadro na parede "mais pra direita", o outro acha que tem que centralizar. Ela ama rendas, bordados, frufrus. Ele quer tudo liso. Ele deixa o tênis na sala. Ela quer receber a sogra com a casa arrumadinha. Ele sonha com a TV gigante. Ela acha melhor ir viajar. E aí, como faz?

Faz que conversa, briga, discute, chateia e no fim, ao fazer as pazes, o amor vence. Pelo menos eu acho.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

empacada

To com dois posts bem legais na cabeça e não sai pro teclado a idéia.
Em breve eles surgem. Antes que um esbofeteie o outro.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

a mea culpa dos grampos

Antes que me acusem publicamente de reclamar do meu sensacional marido que se recusa a deixar as meias e cuecas sujas em seu habitat natural - o cesto - farei minha mea culpa sobre os grampos.


Aí vocês me dizem, grampos? Que grampos? Grampos de telefone? Grampos de grampeador? Não. Grampos de cabelo. O famigerado "Teimosão", como esse aqui do lado. Lembram? Quem já fez ballet com certeza já usou.

Então as pessoas pensam: "Por que raios uma pessoa com 25 anos de idade usa grampos Teimosão se num faz mais ballet?". O ponto é o seguinte: meus poucos cabelos são finos e lisos. Finos, não. finíssimos, o que me impossibilita de usar quaisquer outros tipos de acessórios, que não os legítimos grampos Teimosão, que realmente prendem o cabelo.

Considerando que uma caixa com 100 grampos custa, em média, 3 reais e dura uma vida toda, qual a chance de eu economizar grampos ou prezar muito pela durabilidade deles? Assim, sempre que eu me encho de eles estarem presos nas minhas parcas madeixas, tiro-os e coloco-os no primeiro lugar que encontro, que pode ser o bolso da calça ou da bolsa, o braço do sofá, a penteadeira, a mesa da sala ou até mesmo o console do carro (acho que chama console aquilo). Tudo depende da circunstância. Entendem?
Sendo assim, de hoje em diante me comprometo a tentar não deixar grampos espalhados pela casa, para que seja feita justiça!

E tenho dito.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

a saga territorial da cueca e da meia

A cueca e a meia viviam, cada uma em seu território, há muitos anos. Quase nunca se encontravam quando estavam em seus habitats naturais. As ocasiões de encontro eram raras e ocorriam apenas em períodos de transição, quando cada uma estava dentro de um mesmo espaço separadas por barreiras de papelão retangulares.

Aí um dia a cueca e as meias tiveram que migrar de território. A jornada não foi fácil, foram horas a fio presas dentro de um espaço transparente, quente, seco, sem ar e com uma iluminação laranja desbotada por conta do teto, translúcido. Quando finalmente elas foram libertadas passaram a ocupar novamente um mesmo espaço, mas dessa vez, sem divisões pacificadoras.

Com o passar dos dias as meias e as cuecas começaram se estranhar. Uma ocupava o território da outra e vice-versa. Num dado momento, já não era mais possível delimitar o que era de uma e o que era da outra. Pares de meias, formados há anos se separaram. Famílias inteiras de meias baixinhas foram divididas, com chances remotíssimas e haver um novo encontro. Entre as cuecas o estrago não foi menor. Algumas morreram sufocadas por bolas de meias rolantes que deslizaram como numa grande avalanche branca. As cuecas já não aguentavam mais aqueles resíduos de talco que as deixavam esbranquiçadas e perfumadas.

Mas sempre havia um esperança. Todos os dias, nos momentos em que a luz inundava o território sempre um par de meias e uma cueca (essas últmas sempre em desvantagem numérica) era salvo. O trio passeava pela cidade, cada um em seu veículo, sempre em movimento.

Mas logo no cair da noite o trio em liberdade se arrependia. Repentinamente eles voavam. As meias, que ficaram juntas durante todo o dia se viam viceralmente separadas. A cueca, até então aquecida acabava por ficar numa superfície branca, suja e gelada. O pior mesmo é quando elas voavam e acabavam impedidas de se juntarem às outras espécies que habitavam o grande cesto. Porque lá, o trio sabia, era o lugar que lhes pertencia. Duro mesmo é que sempre que estavam nessa situação uma mão feminina raivosa as pegava com força, esbravejava palavras ininteligiveis "PUTAQUELPARIUMARIDO! NÃOÉPOSSÍVELQUEVOCÊNÃOCONSIGACOLOCARAMEIAEACUECADENTRODAPORRADOCESTO"e e aí sim, o probre trio era jogado, com força e muita raiva dentro do grande cesto branco, diariamente. Nessas horas, o pouco tempo de liberdade perdia o sentido, mas as meias e cuecas se uniam novamente numa inabalável amizade.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

joquempô

Eis que há um tempão fomos eu e marido no outlet da Adidas e ele resolve comprar um blusão laranja com um urso polar azul nas costas. Roupa bacana, meio cheguei, mas cheia de estilo, admito. Aí fica aquela coisa: "cadê a minha blusa prá lá, onde está o blusão pra cá" . Usa a blusa feito criança - em qualquer ocasião - fora a ciumera danada do tal vestimento.

Aí eis que juntamos. Os primeiros dias, de muita bagunça, não tiveram como foco a atividade de lavar roupas. Prá dizer a verdade, quase esquecemos desse "detalhe". Eis que então chega a máquina de lavar roupa. Linda, robusta, alva, auto-explicativa, com 5 mil compartimentos e botões que são um verdadeiro passo-a-passo de como lavar as coisas.

A primeira vez que a máquina funcionou foi uma coisa linda. Ficamos admirados vendo o tambor encher e esvaziar, centrifugar e deixar de molho e por aí vai. As primeiras roupas eu que coloquei para lavar, experiência nessas horas ajuda bem... Mas chega um dia que a gente quer se emancipar e deixar de fazer atividades braçais. Daí como que faz? Pede pro marido colocar a roupa pra lavar.

"Amooooor, faz um favooooorrrrr prá miiiiiim???". "Fala". "Coloca a roupa pra lavar, por favor?". "Tá. Como eu faço?". "Separa as roupas escuras das claras primeiro. Coloca na máquina as escuras, pega o sabão - tá no potinho de tampa azul - coloca meia medida do negocinho cor-de-rosa de medir. Aí, no compartimento do lado você coloca o Vanish, mas põe pouco, tipo 1/4 da medida e aí liga, captou?"..............................Silêncio...............................Barulho do cesto de roupa fechando................Silêncio...........................................

"Amooor, vem aqui. Como que faz agora prá por a roupa prá 'batê'".......Silêncio....... Pausa. pensamento: Putaquel, como assim prá batê??? Como que eu casei com um cara que fala 'vô por roupa prá batê´???? "Pô amor, tá aí no menu, só colocar roupa preta". "Ah tá", ele responde sem grandes convicções. Volto pra minha novela e 30 segundos depois: "Amoooor, to com uma dúvida, vem aquiiii?". Levanto do sofá, abandono a novela, calço os chinelos, caminho calmamente até a área de serviço quando me deparo com a cena:

Duas montanhas de roupa. Uma era o pico nevado, coberto de meias brancas. A outra o monte Sinai, escuro e assustador. No meio, dividindo os territórios, o marido olhando pro blusão laranja (aquele do começo do texto) como se nunca o tivesse visto.

"Amor, laranja é claro ou é escuro?".............. Silêncio................ Pausa............. Espanto......... Silêncio............. Riso.................."Hahahahaha. Cê tá me zuando, né? O que você acha, amor????". "ah, não sei. Porque não é escuro que nem preto e nem claro que nem branco...". "Claro! Ainda bem, né? É LARANJA!!!! Agora pensa: branco com laranja, quem ganha?". "Ganha?". "É. Tipo joquempô. Se tem branco e laranja, laranja com branco fica branco?". "Não. Mas branco com laranja, fica laranja". EPIFANIA!!! "Isso! Se branco com laranja, o branco vira laranja, pensa com o preto...". "Ah, entendi!". Ufa.

E desde então laranja passou a morar no monte Sinai. Na pilha escura. Junto com as calças negras e camistas azul profundo. E ele já sabe, sozinho, colocar roupa prá lavar. Não é lindo????

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

2 de maio de 2008

Enfim chegou o grande dia! Para uns o dia mais importante da vida acontece imerso em expectativas, sonhos, sabores refinados e com muito glamour. Para outros - eu e marido, no caso - o começo é chuvoso, atrasado, poeirento, fedidinho e dolorido.

Umas se vestem de noiva. Cabeleireiro, manicure, maquiagem, sapatos de cetim. Outros são os noivos. Charutos, uísque, vodka, terno e sapato apertado. Para nós: calça de moletom, tênis velho, Veja, Vidrex, Cândida, Sabão em Pó, plástico bolha, fita crepe e caixas, muitas caixas.

Quem casa juntando com fé não tem direito à champagne ou foi gras. Mas pode sim pedir umas cervejas, coca-cola e esfihas. Quem junta com fé esquece que precisa comprar abridor de lata, mas abre a lata mesmo assim, com a faca e o martelo, num estilo neandertal só para fazer o primeiro almoço de casados, regado à Coca Zero (prá manter a forma, claro), nuggets, arroz e uma saladinha de tomate com milho verde - entenderam o porquê do abridor? .

Quem casa com fé não tem aliança de ouro, mas tem sorrisos nervosos do mesmo jeito, como se estivesse no altar. Quem junta não tem flores ou bolo de três andares, por enquanto, mas tem massagem nos pés, cafuné pra dormir agarradinho e uma lua-de-mel in house M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A!

Quem "ajunta" vê desde o início aquela parte do "como é que vai ser quando a gente estiver podre, cansado e fedido? Será que o amor resistirá?". E eu, particularmente, posso dizer que sim. Ele não só resistirá, como também se tornará mais forte e denso a cada minuto vivido – desde o dia 2 de maio de 2008.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

criado mudo

Eu então que Marido, dia desses, me mata de orgulho publicando esse texto. São as pequenas surpresas que a gente vai descobrindo quando se relaciona com alguém.

Criado-mudo
o meu é dela

Vou explicar.
Estou na segunda semana de casado, sabe como é, a bagunça ainda está presente no dia-a-dia do apto.

Na casa da minha mãe, eu não tinha um criado-mudo, meu quarto era tão pequeno que não cabia um. Agora, depois da mudança, o criado-mudo da minha namorada veio parar do meu lado da cama. Muito mais uma questão de espaço do que de praticidade. "Com ele aí no canto, sobra mais espacço no quarto" disse a proprietária.

Pequeno, robusto e pesado (um dos itens mais pesados da mudança, acreditem), eu não tenho a menor idéia do seu conteúdo, só sei que o cortador de unhas está lá porque usei ele esses dias.

Sobre o pequeno criado-robusto-mudo, um despertador em formato de João Bobo que é tão bobo que quando balança pára de funcionar.

Também estão lá uma luminária redonda, que era do meu antigo quarto, e um caderno de anotações, que não é meu.

Em termos geográficos, ele é o meu criado-mudo, mas, na prática, não.

Por Rafael Carrieri, redator da J3P






Nota da escritora: O blog aqui é para contar um pouco das coisas bizarras que acontecem no dia-a-dia de um casal recém juntado. As histórias não necessariamente obedecem a uma ordem cronológica.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

episódio 1: as alianças

Marido e eu vamos ao shopping pegar um cineminha. Eu, apaixonada por jóias que sou, grudo nas vitrines da joalheria e só com muita paciência pra conseguir me arrancar de lá, mas tudo bem. Já estávamos pensando nessa coisa de juntar fazia algum tempo, tomei coragem e disse: "Amor, vamos ver quanto custa pra comprar alianças?". Cara de susto. Pânico momentâneo, meu e dele. Os dois meio desconcertados seguem em frente, como se nada tivesse acontecido, passam pela M.Martan e continuam, rumo à pipoca.
De repente o marido diz: você prefere ouro branco ou amarelo? Porque eu acho melhor amarelo, já que é pra casar. Tá certo. Continua andando...
Amor, quer dar uma olhada nessa aqui (joalheria)? Tá, vamos.
Os dois entram - eu na frente, quase sempre - a moça, simpática sorri e vem logo com a pergunta: Vocês querem alianças?

Sim. Pânico. Sentem-se aqui. Querem água, café, chocolate, biscoito? Só um minutinho, vou buscar o mostruário.

Ouro 18k, diamantes, alianças anatômicas, essas são as mais diferenciadas, tem também os modelos tradicionais, pode incluir um ou mais brilhantes, demora uns 15 dias, qual a data do casamento? (PÁRA TUDO).

Eu, meio sem jeito, então moça, não vai ter casamento. A moça: É aliança de compromisso de noivado? Eu: Não... é que a gente vai assim, juntar sabe?! A moça: Claro! Juntado com fé, casado é! olha a minha aliança aqui! Ganhei do meu namorido quando fomos morar juntos. A propósito, bem melhor! Não gasta com festa, vestido essas coisas e sobra dinheiro pra outras coisas, né? Eu: É... isso mesmo...

Moça: Bom, fiquem à vontade, vou ali buscar outros modelos. Não se esquçam que nossas jóias têm garantia eterna e vocês podem, para sempre, realizar os polimentos gratuitamente. Dependendo do que vocês quiserem gravar demoramos 15 dias para entregar as alianças.

Eu: Tá certo.... Marido: mudo.

Experimenta aliança de lá, aliança de cá e aí vem a pergunta final. Eu: Moça, quanto é esse par?
Moça: OLha, vocês podem dividir em três vezes, sem juros, no cheque ou cartão, ganham um brinde xyz e se pagarem à vista tem 9% de desconto. Eu: Mas moça, qual o valor? Moça: Ah, as duas juntas fica por R$ *&¨%$.000,00.

Eu e marido: Mudos.

Eu, já levantando da cadeira e sem ar: Tá ótimo moça, obrigada. Vamos olhar mais uns modelos e voltamos, me dá seu cartão, um beijo outro tchau.

Saldo: 4 anos de namoro e 5 meses de casado - sem aliança.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

enfim, casados!

Depois de quase 5 meses de casamento sem ofício e a idéia de que há poucos espaços para se pensar a vida a dois, resolvi criar o blog. Vamos ver se dará certo. Um lugar para discutir, contar causos e dar dicas sobre as maravilhas e aventuras da vida a dois.