quinta-feira, 30 de outubro de 2008

empacada

To com dois posts bem legais na cabeça e não sai pro teclado a idéia.
Em breve eles surgem. Antes que um esbofeteie o outro.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

a mea culpa dos grampos

Antes que me acusem publicamente de reclamar do meu sensacional marido que se recusa a deixar as meias e cuecas sujas em seu habitat natural - o cesto - farei minha mea culpa sobre os grampos.


Aí vocês me dizem, grampos? Que grampos? Grampos de telefone? Grampos de grampeador? Não. Grampos de cabelo. O famigerado "Teimosão", como esse aqui do lado. Lembram? Quem já fez ballet com certeza já usou.

Então as pessoas pensam: "Por que raios uma pessoa com 25 anos de idade usa grampos Teimosão se num faz mais ballet?". O ponto é o seguinte: meus poucos cabelos são finos e lisos. Finos, não. finíssimos, o que me impossibilita de usar quaisquer outros tipos de acessórios, que não os legítimos grampos Teimosão, que realmente prendem o cabelo.

Considerando que uma caixa com 100 grampos custa, em média, 3 reais e dura uma vida toda, qual a chance de eu economizar grampos ou prezar muito pela durabilidade deles? Assim, sempre que eu me encho de eles estarem presos nas minhas parcas madeixas, tiro-os e coloco-os no primeiro lugar que encontro, que pode ser o bolso da calça ou da bolsa, o braço do sofá, a penteadeira, a mesa da sala ou até mesmo o console do carro (acho que chama console aquilo). Tudo depende da circunstância. Entendem?
Sendo assim, de hoje em diante me comprometo a tentar não deixar grampos espalhados pela casa, para que seja feita justiça!

E tenho dito.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

a saga territorial da cueca e da meia

A cueca e a meia viviam, cada uma em seu território, há muitos anos. Quase nunca se encontravam quando estavam em seus habitats naturais. As ocasiões de encontro eram raras e ocorriam apenas em períodos de transição, quando cada uma estava dentro de um mesmo espaço separadas por barreiras de papelão retangulares.

Aí um dia a cueca e as meias tiveram que migrar de território. A jornada não foi fácil, foram horas a fio presas dentro de um espaço transparente, quente, seco, sem ar e com uma iluminação laranja desbotada por conta do teto, translúcido. Quando finalmente elas foram libertadas passaram a ocupar novamente um mesmo espaço, mas dessa vez, sem divisões pacificadoras.

Com o passar dos dias as meias e as cuecas começaram se estranhar. Uma ocupava o território da outra e vice-versa. Num dado momento, já não era mais possível delimitar o que era de uma e o que era da outra. Pares de meias, formados há anos se separaram. Famílias inteiras de meias baixinhas foram divididas, com chances remotíssimas e haver um novo encontro. Entre as cuecas o estrago não foi menor. Algumas morreram sufocadas por bolas de meias rolantes que deslizaram como numa grande avalanche branca. As cuecas já não aguentavam mais aqueles resíduos de talco que as deixavam esbranquiçadas e perfumadas.

Mas sempre havia um esperança. Todos os dias, nos momentos em que a luz inundava o território sempre um par de meias e uma cueca (essas últmas sempre em desvantagem numérica) era salvo. O trio passeava pela cidade, cada um em seu veículo, sempre em movimento.

Mas logo no cair da noite o trio em liberdade se arrependia. Repentinamente eles voavam. As meias, que ficaram juntas durante todo o dia se viam viceralmente separadas. A cueca, até então aquecida acabava por ficar numa superfície branca, suja e gelada. O pior mesmo é quando elas voavam e acabavam impedidas de se juntarem às outras espécies que habitavam o grande cesto. Porque lá, o trio sabia, era o lugar que lhes pertencia. Duro mesmo é que sempre que estavam nessa situação uma mão feminina raivosa as pegava com força, esbravejava palavras ininteligiveis "PUTAQUELPARIUMARIDO! NÃOÉPOSSÍVELQUEVOCÊNÃOCONSIGACOLOCARAMEIAEACUECADENTRODAPORRADOCESTO"e e aí sim, o probre trio era jogado, com força e muita raiva dentro do grande cesto branco, diariamente. Nessas horas, o pouco tempo de liberdade perdia o sentido, mas as meias e cuecas se uniam novamente numa inabalável amizade.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

joquempô

Eis que há um tempão fomos eu e marido no outlet da Adidas e ele resolve comprar um blusão laranja com um urso polar azul nas costas. Roupa bacana, meio cheguei, mas cheia de estilo, admito. Aí fica aquela coisa: "cadê a minha blusa prá lá, onde está o blusão pra cá" . Usa a blusa feito criança - em qualquer ocasião - fora a ciumera danada do tal vestimento.

Aí eis que juntamos. Os primeiros dias, de muita bagunça, não tiveram como foco a atividade de lavar roupas. Prá dizer a verdade, quase esquecemos desse "detalhe". Eis que então chega a máquina de lavar roupa. Linda, robusta, alva, auto-explicativa, com 5 mil compartimentos e botões que são um verdadeiro passo-a-passo de como lavar as coisas.

A primeira vez que a máquina funcionou foi uma coisa linda. Ficamos admirados vendo o tambor encher e esvaziar, centrifugar e deixar de molho e por aí vai. As primeiras roupas eu que coloquei para lavar, experiência nessas horas ajuda bem... Mas chega um dia que a gente quer se emancipar e deixar de fazer atividades braçais. Daí como que faz? Pede pro marido colocar a roupa pra lavar.

"Amooooor, faz um favooooorrrrr prá miiiiiim???". "Fala". "Coloca a roupa pra lavar, por favor?". "Tá. Como eu faço?". "Separa as roupas escuras das claras primeiro. Coloca na máquina as escuras, pega o sabão - tá no potinho de tampa azul - coloca meia medida do negocinho cor-de-rosa de medir. Aí, no compartimento do lado você coloca o Vanish, mas põe pouco, tipo 1/4 da medida e aí liga, captou?"..............................Silêncio...............................Barulho do cesto de roupa fechando................Silêncio...........................................

"Amooor, vem aqui. Como que faz agora prá por a roupa prá 'batê'".......Silêncio....... Pausa. pensamento: Putaquel, como assim prá batê??? Como que eu casei com um cara que fala 'vô por roupa prá batê´???? "Pô amor, tá aí no menu, só colocar roupa preta". "Ah tá", ele responde sem grandes convicções. Volto pra minha novela e 30 segundos depois: "Amoooor, to com uma dúvida, vem aquiiii?". Levanto do sofá, abandono a novela, calço os chinelos, caminho calmamente até a área de serviço quando me deparo com a cena:

Duas montanhas de roupa. Uma era o pico nevado, coberto de meias brancas. A outra o monte Sinai, escuro e assustador. No meio, dividindo os territórios, o marido olhando pro blusão laranja (aquele do começo do texto) como se nunca o tivesse visto.

"Amor, laranja é claro ou é escuro?".............. Silêncio................ Pausa............. Espanto......... Silêncio............. Riso.................."Hahahahaha. Cê tá me zuando, né? O que você acha, amor????". "ah, não sei. Porque não é escuro que nem preto e nem claro que nem branco...". "Claro! Ainda bem, né? É LARANJA!!!! Agora pensa: branco com laranja, quem ganha?". "Ganha?". "É. Tipo joquempô. Se tem branco e laranja, laranja com branco fica branco?". "Não. Mas branco com laranja, fica laranja". EPIFANIA!!! "Isso! Se branco com laranja, o branco vira laranja, pensa com o preto...". "Ah, entendi!". Ufa.

E desde então laranja passou a morar no monte Sinai. Na pilha escura. Junto com as calças negras e camistas azul profundo. E ele já sabe, sozinho, colocar roupa prá lavar. Não é lindo????