quinta-feira, 18 de setembro de 2008

2 de maio de 2008

Enfim chegou o grande dia! Para uns o dia mais importante da vida acontece imerso em expectativas, sonhos, sabores refinados e com muito glamour. Para outros - eu e marido, no caso - o começo é chuvoso, atrasado, poeirento, fedidinho e dolorido.

Umas se vestem de noiva. Cabeleireiro, manicure, maquiagem, sapatos de cetim. Outros são os noivos. Charutos, uísque, vodka, terno e sapato apertado. Para nós: calça de moletom, tênis velho, Veja, Vidrex, Cândida, Sabão em Pó, plástico bolha, fita crepe e caixas, muitas caixas.

Quem casa juntando com fé não tem direito à champagne ou foi gras. Mas pode sim pedir umas cervejas, coca-cola e esfihas. Quem junta com fé esquece que precisa comprar abridor de lata, mas abre a lata mesmo assim, com a faca e o martelo, num estilo neandertal só para fazer o primeiro almoço de casados, regado à Coca Zero (prá manter a forma, claro), nuggets, arroz e uma saladinha de tomate com milho verde - entenderam o porquê do abridor? .

Quem casa com fé não tem aliança de ouro, mas tem sorrisos nervosos do mesmo jeito, como se estivesse no altar. Quem junta não tem flores ou bolo de três andares, por enquanto, mas tem massagem nos pés, cafuné pra dormir agarradinho e uma lua-de-mel in house M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A!

Quem "ajunta" vê desde o início aquela parte do "como é que vai ser quando a gente estiver podre, cansado e fedido? Será que o amor resistirá?". E eu, particularmente, posso dizer que sim. Ele não só resistirá, como também se tornará mais forte e denso a cada minuto vivido – desde o dia 2 de maio de 2008.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

criado mudo

Eu então que Marido, dia desses, me mata de orgulho publicando esse texto. São as pequenas surpresas que a gente vai descobrindo quando se relaciona com alguém.

Criado-mudo
o meu é dela

Vou explicar.
Estou na segunda semana de casado, sabe como é, a bagunça ainda está presente no dia-a-dia do apto.

Na casa da minha mãe, eu não tinha um criado-mudo, meu quarto era tão pequeno que não cabia um. Agora, depois da mudança, o criado-mudo da minha namorada veio parar do meu lado da cama. Muito mais uma questão de espaço do que de praticidade. "Com ele aí no canto, sobra mais espacço no quarto" disse a proprietária.

Pequeno, robusto e pesado (um dos itens mais pesados da mudança, acreditem), eu não tenho a menor idéia do seu conteúdo, só sei que o cortador de unhas está lá porque usei ele esses dias.

Sobre o pequeno criado-robusto-mudo, um despertador em formato de João Bobo que é tão bobo que quando balança pára de funcionar.

Também estão lá uma luminária redonda, que era do meu antigo quarto, e um caderno de anotações, que não é meu.

Em termos geográficos, ele é o meu criado-mudo, mas, na prática, não.

Por Rafael Carrieri, redator da J3P






Nota da escritora: O blog aqui é para contar um pouco das coisas bizarras que acontecem no dia-a-dia de um casal recém juntado. As histórias não necessariamente obedecem a uma ordem cronológica.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

episódio 1: as alianças

Marido e eu vamos ao shopping pegar um cineminha. Eu, apaixonada por jóias que sou, grudo nas vitrines da joalheria e só com muita paciência pra conseguir me arrancar de lá, mas tudo bem. Já estávamos pensando nessa coisa de juntar fazia algum tempo, tomei coragem e disse: "Amor, vamos ver quanto custa pra comprar alianças?". Cara de susto. Pânico momentâneo, meu e dele. Os dois meio desconcertados seguem em frente, como se nada tivesse acontecido, passam pela M.Martan e continuam, rumo à pipoca.
De repente o marido diz: você prefere ouro branco ou amarelo? Porque eu acho melhor amarelo, já que é pra casar. Tá certo. Continua andando...
Amor, quer dar uma olhada nessa aqui (joalheria)? Tá, vamos.
Os dois entram - eu na frente, quase sempre - a moça, simpática sorri e vem logo com a pergunta: Vocês querem alianças?

Sim. Pânico. Sentem-se aqui. Querem água, café, chocolate, biscoito? Só um minutinho, vou buscar o mostruário.

Ouro 18k, diamantes, alianças anatômicas, essas são as mais diferenciadas, tem também os modelos tradicionais, pode incluir um ou mais brilhantes, demora uns 15 dias, qual a data do casamento? (PÁRA TUDO).

Eu, meio sem jeito, então moça, não vai ter casamento. A moça: É aliança de compromisso de noivado? Eu: Não... é que a gente vai assim, juntar sabe?! A moça: Claro! Juntado com fé, casado é! olha a minha aliança aqui! Ganhei do meu namorido quando fomos morar juntos. A propósito, bem melhor! Não gasta com festa, vestido essas coisas e sobra dinheiro pra outras coisas, né? Eu: É... isso mesmo...

Moça: Bom, fiquem à vontade, vou ali buscar outros modelos. Não se esquçam que nossas jóias têm garantia eterna e vocês podem, para sempre, realizar os polimentos gratuitamente. Dependendo do que vocês quiserem gravar demoramos 15 dias para entregar as alianças.

Eu: Tá certo.... Marido: mudo.

Experimenta aliança de lá, aliança de cá e aí vem a pergunta final. Eu: Moça, quanto é esse par?
Moça: OLha, vocês podem dividir em três vezes, sem juros, no cheque ou cartão, ganham um brinde xyz e se pagarem à vista tem 9% de desconto. Eu: Mas moça, qual o valor? Moça: Ah, as duas juntas fica por R$ *&¨%$.000,00.

Eu e marido: Mudos.

Eu, já levantando da cadeira e sem ar: Tá ótimo moça, obrigada. Vamos olhar mais uns modelos e voltamos, me dá seu cartão, um beijo outro tchau.

Saldo: 4 anos de namoro e 5 meses de casado - sem aliança.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

enfim, casados!

Depois de quase 5 meses de casamento sem ofício e a idéia de que há poucos espaços para se pensar a vida a dois, resolvi criar o blog. Vamos ver se dará certo. Um lugar para discutir, contar causos e dar dicas sobre as maravilhas e aventuras da vida a dois.